SEMPRE CORRENDO...

domingo, 5 de janeiro de 2014

6º Parte - A Corrida

Medalha
Camiseta












Bom, vamos ao que mais interessa, a tal da Corrida do deserto do Atacama.

Um dia antes da prova (16/03), acontece à entrega dos kits e um encontro / palestra com o organizador da prova, onde são dadas algumas dicas sobre os percursos aos atletas.

A prova tem três percursos com distancias de 3, 23 e 42kms e em 2014, ela acontecerá dia 07 de Dezembro.

Acordamos bem cedinho, eu, Sueli, Luciano, Fabio e Simone, acendemos nossas lanterninhas e fomos pro centro de San Pedro de Atacama, local de partida e chegada da prova. O dia já começou divertido, pois enquanto estávamos indo a San Pedro, não dava pra enxergar nada era um breu total, nem sinal dos primeiros raios de sol.

Estava um frio danado, quem quisesse poderia ir de agasalho e deixá-lo no 3ºkm, que a organização levaria ao local da chegada para ser retirado pelos donos depois.

A prova começa pelas ruas estreitas do centro de San Pedro, depois entra em uma estrada asfaltada e alguns kms depois........o Deserto.

Terreno extremamente instável, mas é muito bom correr ali, a sensação de cansaço não é tão aparente pois o visual do lugar é indescritível. Eu particularmente perdi a noção dos quilômetros porque ficava admirando tudo ao redor, os postos de hidratação são muito bons, disponibilizando frutas, Gatorade, água e em um dos postos até refrigerante de cola.

A corrida passa pelo Valle de La Luna e Valle de La Muerte, este segundo onde se localiza a “Grande Duna”, uma duna muito alta e a cada passo dado, o pé afunda na areia e você volta e assim é pela duna inteira, é muito desgastante esse trecho, tanto que ali não se tem como correr, você anda, se arrasta....tudo pra passar por aquela duna..rs

Depois a prova continua entre uns paredões, tem muitos trechos onde você se encontra sozinho, não tem corredores atrás, nem vê os que estão a frente e só da pra se guiar pelas bandeirinhas indicativas fincadas no solo.

Depois de muito correr, caminhar e se arrastar, quando eu pensava que aquilo não teria fim ou que teria pegado o caminho dos 42 km...rsrsrs., percebi que já estávamos retornando a um trecho que já tinham algumas casinhas rústicas, e aquilo foi aumentando e já estava chegando o centro de San Pedro novamente (que saudade de ver aquelas ruas estreitas), daí pra frente é só alegria, fui me enchendo de animo por perceber que o desafio todo estava prestes a ser vencido. As ruas de San Pedro estavam cheias de gente, tanto o pessoal da prova quanto os nativos, que nos incentivavam conforme passávamos por eles.

Terminou, passei pela chegada, muito feliz, porém, exausto, ali mesmo tem a disposição dos atletas muita fruta (fiquei uns 20 minutos ali só comendo melão, melancia, tangerina, etc...), peguei minha medalha e me esparramei em um banco que tinha na sombra e por ali fiquei até reencontrar o Luciano.


Sem dúvida alguma a melhor prova de toda a minha vida, não pelo tempo, mas por tudo o que vi durante o percurso, o cansaço, a alegria, o entusiasmo, a apreensão.....tudo ali foi válido e não esquecerei nunca mais.

Kit (Cinto de hidratação e mochila)
Eu, Sérgio e Luciano

Palestra de orientação aos atletas







Eu (Daniel) 
Eu e Sueli na retirada dos kits











Palestra











Eia corridinha dura
Eu, quase na chegada










Visual espetacular




Cansaço bateu forte






Cadê todo aquele pessoal? rs






             
Fazendo graça na Grande Duna



     
Na reta de chegada.


5º Parte – Passeios (Geiser Del Tatio)


Ouvíamos muito sobre o passeio aos Gêiseres, que era muito cansativo, um local muito frio e onde se corria o risco de sentir os males da montanha devido aos seus 4.320 metros de altitude do local, mas, passados todos esses perrengues podia-se desfrutar de uma experiência única.

La fomos nós, eu, Sueli e Luciano comprar os tickets para conhecer os Gêiseres, o passeio sairia no outro dia.

Já ouvimos um monte de dicas, pra não comer muito antes de ir, porém, não ir com o estômago vazio, dormir cedo e etc...

Não curti o fato de ter que levantar 3 e pouco da manhã pois o guia passaria pra nos buscar 4:00, mas beleza já to ali, já paguei, agora já era. Comemos umas bolachinhas com um pouco de chá que o pessoal do hotel já fez sabendo que sairíamos de madrugada e alguns minutos depois, já estávamos sacolejando na van.

Passamos ainda em outros hotéis para pegar outras pessoas que fariam o mesmo passeio (por favor, acordem cedo e estejam prontos no horário combinado,pois se um atrasa, como aconteceu com um grupinho que achou que todos deviam esperá-los, acaba atrasando o passeio de todos).

Com a van já cheia de gente, começamos a subir rumo aos tais Gêiseres, é uma estradinha perigosa e muito escura, é bom não comer muito antes de ir porque a viagem é toda de muitas curvas e algumas pessoas podem ficar enjoadas.

Paramos no meio do caminho, onde tem estrutura com banheiros, são os últimos banheiros disponíveis antes de ir aos Gêiseres, pra dar uma esticada nas pernas demos uma saidinha da van, mas a tal saída não durou nem 5 minutos e eu já tava tremendo dentro da van..rsrsrs
A viagem é um pouco demorada, mas com as conversas do Luciano, ela pareceu demorar menos tempo.

Pronto, chegamos aos Gêiseres.

Ao chegar, o guia já montou um café da manhã e a partir daí já não tinha mais a opção de ficar tremendo dentro da van, tinha que tremer fora mesmo...rs. Comi muitas bolachinhas que eram muito gostosas e tomei café preto, tudo muito gostoso, o difícil era tentar pegar a bolacha e deixar as mãos a mostra naquele frio de -8 graus.

Eu e o Luciano até compramos roupas para o frio, chamadas de segunda péle (calça e blusa), que colocamos por baixo das nossas roupas que já eram grossas, mas acabamos não comprando luvas e gorro e sinceramente, no passeio aos Gêiseres eles fizeram falta.

A regiãos dos Gêiseres Del Tatio, é patrimônio arqueológico com mais de 3 mil anos de existência.

É uma região formada de campos geotérmicos criados pelo vulcão Tatio, as águas de suas piscinas fervem durante a madrugada, liberando assim, fortes jatos de vapor, que alcançam até quatro metros de altura.

Em El Tatio, também há poços de águas termais com temperaturas de 40º, isso se você não se importar em ficar com roupa de banho aos -8 graus fora da água...rs. Eu queria muito entrar mas o Luciano e a Sueli não estavam dispostos e eu acabei ficando meio desanimado pra entrar sozinho.

Ficamos ali observando os vapores dos Gêiseres e admirando o por do sol lindo na Cordilheira dos Andes. O passeio é sim muito frio, acorda-se muito cedo para fazê-lo, mas tudo isso é recompensado quando se vê de perto aquilo tudo.

No passeio nos deparamos com um brasileiro que estava lá sozinho e pediu para o Luciano tirar uma foto dele, papo vai e papo vem, já fizemos amizade com o Sergio, paraibano gente boa demais. Logo, já comecei a encher o saco dele, pra entrarmos no poço de água termal. E não é que o Paraíba topou?

Sergio é parceiro demais, encontramos com ele outras vezes no centrinho de San Pedro e por incrível que pareça o Paraíba, voltou conosco na mesma fileira de poltronas nos voos de volta de Calama/ Santiago e no de Santiago/ São Paulo.

Esse é tipo atleta mesmo já fez até Triathlon, esperamos reencontrá-lo em breve, hein Paraíba, um grande abraço.

Então é isso, o passeio é bem legal e recomendo muito para quem estiver no Atacama, na volta ainda paramos em um povoado chamado Machuca. Lá comemos espetinho de Lhama, visitamos uma igrejinha muito legal e conhecemos um pouco mais desse povoado.


Logo depois, já estávamos de volta a van, eu dormi fácil e o Luciano pra variar tirou foto, pra encher meu saco. Voltamos à cidade, cada um em seu respectivo hotel e fim do passeio.


Gêiseres del Tatio
Eu nos Gêiseres del Tatio
Eu e o Luciano no Complexo del Tatio












A região dos Gêiseres ainda na escuridão 
Gêiseres del Tatio










Sergio (Paraíba) e Eu no Poço termal







Placa de Descrição




Eu no povoado Machuca
Igreja Machuca
















Povoado Machuca visto de cima


Luciano e seu espetinho de Lhama








Eu e Luciano no Complexo del Tatio

                                                                       
                                                                                                       







4º Parte - Passeios (Laguna Cejar)


Um dia de manhã, enquanto tomávamos café notamos ao olhar um mapa da região que poderíamos ir a Laguna Cejar de bicicleta. Terminamos o café, pegamos as bicicletas e rumamos a tal lagoa.

A estrada que nos leva até San Pedro parece retirada de filmes, vazia a perder de vista, oferecendo um visual muito bacana.

Depois de mais de 1 hora pedalando sob o sol do deserto, começamos a suspeitar que estávamos no caminho errado, perguntei a um rapaz e ele nos disse o que suspeitávamos, teríamos que retornar e o pior, a estradinha secundária sem asfalto, que leva até a lagoa, ficava a uns 5 minutos do hotel....rsrssrsrsr

Mais 1 hora e pouco pedalando até encontrarmos a tal estradinha, já estávamos cansados, mas o alento é que agora estávamos no caminho certo, tinham até placas indicando o caminho a lagoa, (chega a emocionar...rsrsrs), a estradinha é de areia e em alguns trechos a areia é bem fofa, dificultado e muito as pedaladas, sem contar as pequenas lombadas em sequência (me sentia naquelas “costelas” de pistas de bicicross), e a ausência de sombra, é fato o sol do deserto castiga mesmo.

Após, mais quase 2 horas de pedal chegamos a tal Laguna Cejar, paga-se um pequeno valor para ter acesso a Laguna. Pagamos, prendemos as bicicletas e fomos ver o que nos esperava.

A primeira lagoa que visitamos não se pode entrar na água, pois a concentração de sal ali é muito alta. Ficamos um tempinho admirando aquilo tudo, nunca tinha visto nada parecido, uma lagoa com uma coloração misturada de azul e verde indescritível.

Faltam-se palavras, a contemplação ali é total, nem as fotos traduzem o que é aquele lugar, não traz todo o ambiente, o clima, o silêncio.

Seguimos até a outra lagoa, nela a coloração é a mesma com o atrativo de poder entrar na água e não afundar, também devido a alta concentração de sal que impede que o corpo afunde.

 Óbvio que eu entraria na água, saí da Zona Leste de São Paulo, gastei uma grana, num lugar que nem sei quando voltarei, não ia perder a chance de viver essa experiência. A água é bem fria e é fato, não se afunda mesmo, por via das dúvidas não fui até o centro da lagoa, onde segundo informações tem mais de 20 metros de profundidade, vai que, né....rssrrs.

Sai com o corpo coberto de sal, só deu pra retirar o excesso, na pia de um banheiro. Já era hora de voltar, pegamos as bicicletas e logo estávamos novamente na estradinha de areia, seguindo para o hotel.

Se para ir demoramos por volta de 2 horas, a volta pareceu durar o dobro, ainda mais pra mim com o corpo cheio de sal...rsrsrsrsrs.


Dicas: Pra sair pelo Deserto caminhando ou de bike, não esqueçam de levar garrafas de água e dependendo se o passeio for um pouco mais longo, levem frutas, bolachas, ou se possível uns lanches, outros itens fundamentais são:  protetor solar, protetor labial e colírio.

Eu na Laguna Cejar
Laguna Cejar











Laguna Cejar
Luciano de Bike rumo a Laguna Cejar










Laguna Cejar

Laguna Cejar

Laguna Cejar

3º Parte – San Pedro de Atacama


Como já comentei, San Pedro de Atacama é um pequeno povoado com um acanhado centro comercial, onde localizam-se, muitos restaurantes, barzinhos, pequenos mercados, lojas de artesanato local (onde também se realiza câmbio, com taxas não muito vantajosas) uma pequena igreja e agências de passeio.

O centro me pareceu bastante tranquilo, com muitos turistas (ainda mais devido à corrida), pessoal simpático e prestativo, porém, achei tudo por ali um pouco caro, nada exorbitante, mas com preços maiores do que eu imaginava. Comentando isso com o Brian (recepcionista do hotel), ele comentou que as coisas eram mais caras ali sim, e que só não era mais caro do que na Ilha de Páscoa e isso acontece por causa da dificuldade de logística local.

E do hotel da pra ir fácil até o centro de San Pedro, lá tem alguns lugares que você pode prender as bicicletas e ficar tranquilo. Ah e percebemos o motivo pelo qual todos os chaveiros do hotel eram uma pequena lanterna (mas potente), é que a região é muito escura e se voltar a pé do centro até o hotel a lanterna é essencial.

É muito bacana olhar ao redor e ver aquele centrinho todo rodeado pelas montanhas.

Rua no centro de San Pedro de Atacama

Eu representando meu Verdão em San Pedro










Luciano no Centro de San Pedro


Centro de San Pedro de Atacama









Centro de San Pedro de Atacama






2º Parte – O Hotel


Quando começamos a pesquisar onde ficaríamos em San Pedro de Atacama, percebemos que o que não falta são opções, San Pedro é um pequeno povoado com aproximadamente 2.500 habitantes, com pessoas bastante solícitas e receptivas. No centro de San Pedro existem inúmeras opções de hotéis e hostels, para todos os gostos e bolsos.

Na van do transfer que nos levou a San Pedro, fomos eu e o Luciano (a Sueli chegou à noite) e mais umas oito pessoas, o motorista ia deixando cada um em seu respectivo hotel e tinham mulheres que os olhos até lacrimejavam quando viam onde iam ficar hospedadas rsrssr. Eu já estava meio desesperado com o que nos esperava, mas tive uma grata surpresa, ainda bem!

Eu, Sueli e Luciano optamos por ficar em um hotel localizado a aproximadamente 15 minutos de distância do centrinho de San Pedro, o Atacamadventure Wellness & Ecolodge, (http://www.atacamadventure.com) não é uma opção barata, mas decididamente não nos arrependemos de nada.

O hotel é extremamente aconchegante, os quartos são bastante confortáveis, tem piscina, ofurô, uma área para massagens (cobrada a parte), a luneta (que não soubemos usar) e uma cabine de banho muito legal, pena que ou estava quebrada ou não soubemos usar também..rssrsrsr. O banho começava quente, ai começava a esfriar a ponto de congelar e depois voltava a esquentar até ferver rsrssr.

As refeições são muito boas, porém, são bem mais caras se levar em conta o valor gasto por uma refeição no centro de San Pedro, os funcionários muito simpáticos e dispostos a ajudar no que fosse possível, um elogio à parte ao Brian, gente boa demais. Ah, e tem dois cães labradores lindíssimos e muito mansos.

O hotel disponibiliza bicicletas aos hóspedes, o que é muito bom, pois auxilia demais os deslocamentos até o centro de San Pedro ou mesmo até alguns pontos turísticos do Deserto.
No hotel conhecemos o Fabio e a Simone, um casal do Espírito Santo que também foi pra lá para participar da corrida, muito simpáticos e com certeza iremos manter contato e reencontrá-los outras vezes.


OBS: O pessoal do transfer e mesmo pessoas da cidade, conhecem o hotel como “Casa de Marketa”, logo, se perceber que não estão sabendo bem pelo nome do hotel diga que esta na Casa de Marketa, que ai tudo estará solucionado.


Área do Hotel Atacamadventure
Eu, Luciano, Fabio e Simone













Estrada que liga o hotel a cidade de San Pedro de Atacama



Vista dos arredores do hotel